Carboidratos

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Também chamados de glicídios, hidratos de carbono e açucares; Os carboidratos são moléculas compostas por Carbono, Hidrogênio e Oxigênio, em uma proporção 1:2:1 (CH²O). A maioria dos carboidratos são caracterizados em monossacarídeo, dissacarídeo e polissacarídeo, sendo que os prefixos (mono, di e poli) referem-se ao número de açúcares na molécula. O termo "sacarídeo" é apenas outra palavra para açúcar.
Entre suas diversas funções, ser a nossa fonte de energia primária é a principal, isso porque as vias metabólicas desse consumo são mais rápidas. Devido a isso, nosso organismo prefere usar carboidratos para produzir energia, principalmente a glicose, fonte de energia da respiração celular e na produção de ATP. O consumo da glicose, portanto, é feito pela glicólise + respiração celular, ou em alguns casos fermentação lática.
 Os açucares também servem como reserva de energia; essa reserva também é a nossa preferida na hora do consumo de reservas, apesar de termos maiores quantidades de gordura nas reservas energéticas! Nós armazenamos energia em 2 formas; 1. Na forma de carboidratos 2. Na forma, infelizmente, de gordura. O glicogênio é a nossa reserva de carboidratos corporal. Ele se encontra em maior quantidade no fígado e na musculatura esquelética. Mas, apenas o glicogênio do fígado é utilizado como fonte de glicose para enviar para o sangue; Diferente do músculo, que guarda glicogênio para consumo próprio. Lembrem-se sempre: O FÍGADO É BONZINHO! O MÚSCULO É EGOÍSTA!!! O nosso corpo guarda carboidratos para utilizar quando não estivermos bem alimentado, com a ativação, principalmente, do hormônio glucagon para agir no fígado.
Nessas situações nosso fígado pode realizar:
Glicogenólise > hidrólise do glicogênio para formar glicoses livres.
. Gliconeogênese > Nova produção de glicose a partir de aminoácidos, glicerol e ácido lático; nessa reação usa-se geralmente o glicerol proveniente das gorduras, processo que é estimulado em jejuns curtos, principalmente pelo glucagon, mas também pode ocorrer com quebras de proteínas, nesse caso nossa matéria prima será os aminoácidos, esse processo é estimulado pelo cortisol, e ocorre em jejuns prolongados; e além dessas duas formas, a gliconeogênese pode ocorrer, também, a partir do ácido lático proveniente da fermentação lática muscular, essa via ocorre após exercícios físicos intensos, sendo estimulada pela epinefrina (adrenalina).
. OBS: Não confundir com o processo de glicogenogênese; esse representa a formação de glicogênio a partir da união de glicoses, e ocorre no estado bem alimentado.


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Além disso, os carbos estão presentes de maneira estrutural nas nossas células; na membrana plasmática, por exemplo, temos vários carboidratos que fazem com que outras células identifiquem qual tipo de célula é aquela. Esse conjunto de células voltadas para fora é chamada de glicocálix; quando nosso organismo recebe células que não são nossas, um transplante ou uma invasão de microrganismos, por exemplo, os nossos linfócitos reconhecem aquilo não é do nosso corpo por meio das proteínas e carboidratos da membrana plasmática (glicocálix) daquilo que está no nosso corpo.

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Continuando nas funções estruturais; na nossa derme temos o ácido hialurônico, ácido importante que possui a função de hidratar nossos tecidos; ele é um grande agente osmótico, ao envelhecer vai havendo uma perda da quantidade desse ácido. O ácido hialurônico também está presente na zona pelúcida do ovócito secundário, essa zona pode ser digerida por uma enzima chamada hialuronidase, a qual está presente no acrossomo dos espermatozoides, afim de que ele consiga ultrapassar a barreira de ácido hialurônico da zona pelúcida do ovócito feminino e fazer acontecer um zigotinho.

Os carboidratos são classificados também quanto ao seu tamanho ; monossacarídeos (unidade fundamental), pentoses (ribose e desoxirribose), hexoses (frutose, galactose e glicose), polissacarídeos etc. Nosso intestino possui enzimas dissacaridases, por exemplo: a amilase, salivar e pancreática, que digere o amido e o glicogênio até formar maltoses. Resumindo, essas enzimas provocam a hidrólise de sacarídeos grandes (maiores que os monossacarídeos), formando sacarídeos menores, como os monossacarídeos, pois, só assim, é possível a absorção pelo nosso organismo.
Não vou me ocupar com a taxonomia de tudo; esse conteúdo é, para mim, bem chatinho e bem decoreba algumas partes. Portanto, várias coisas irão ficar em aberto para um estudo mais aprofundado e metódico. Foco aqui apenas no que é mais necessário e interessante. Tais conhecimentos serão aprofundados nos estudos de casos clínicos.
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Riboses e Desoxirriboses presentes nos Ácidos Nucleicos.

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Participação de uma ribose (adenina) na estrutura do ATP, nossa moeda energética.


O glicogênio é uma importante reserva de energia para o nosso corpo, é digerida também pela amilase. Quando estamos em situação de jejum, o fígado hidrolisa o glicogênio que armazena, gerando glicoses que são enviadas ao sangue. Esse mecanismo visa prevenir uma hipoglicemia e garantir a nutrição dos neurônios.
O FÍGADO É BONZINHO!! O MÚSCULO É EGOÍSTA! E O NEURÔNIO É AQUELA CÉLULA MIMADA!
Essa frase é fundamental para lembramos sempre do metabolismo dos carboidratos. O neurônio só faz energia se for com glicose. O músculo não dá glicogênio para ninguém. E o fígado se sacrifica para dar glicose para os neurônios.

Existem também as fibras alimentares, que são os açúcares que as enzimas não conseguem decompor, mas a nossa flora intestinal nos dá ajuda em uma digestão parcial dessas fibras. A fibra diminui a absorção de açúcares simples no nosso organismo como glicose no intestino delgado. O que nos ajuda a equilibrar o nível de glicose no sangue. Além de aumentar o peso das fezes, prevenindo constipação.
Vídeo: Como os carboidratos afetam sua saúde

Quanto ao conceito de índice glicêmico, esse cálculo é baseado na rapidez e na magnitude em que os carboidratos aumentam os níveis de glicose no sangue. Já a carga glicêmica é uma medida da glicose absorvível total nos alimentos.

São perceptíveis os efeitos da escassez de carboidratos, por exemplo, durante uma dieta cetogênica ou de baixo carboidratos (low carb), sendo: baixos níveis de energia (até uma letargia), aumento da fome, insônia, náusea, desconforto intestinal, até uma halitose, entre outros efeitos.


Caso Clínico:
Paciente vem para a consulta na pediatria de rotina apresentando o seguinte quadro:

QP: barriga inchada, dor na barriga e diarreia.

HD Atual: Paciente alega episódios semelhantes e recorrentes iniciados há  1 ano, piorando sempre que fazia algumas refeições, principalmente no café da manhã e no lanche da tarde. O quadro se inicia, geralmente, 1h após se alimentar e piora quando se alimenta de achocolatados em pó diluídos no leite e quando come cereais de leite. Relata que o quadro melhora espontaneamente quando fica em jejum e pela manhã não sente mais nada.

Exame físico: Paciente apresentando-se hidratada, bom aspecto geral e estável.
Abdômen distendido, apresentando dor quando palpado, sem diarreia no momento.

Conduta: Devido ao histórico da paciente, aconselhamos redução no consumo de leite e derivados. Marcamos consulta no próximo mês para reavaliação.

Explicação: Com a falta/deficiência parcial ou total da enzima lactase, o dissacarídeo lactose não é digerido e se acumula no intestino. As bactérias intestinais fermentam essa lactose, produzindo gases que levam a distensão abdominal e dor. O quadro acontece, geralmente, por uma causa genética, onde algumas não apresentam nenhuma atividade da enzima intestinal lactase (intolerância total) e outras atividade reduzida (intolerância parcial). Com o acúmulo de lactose dentro da cavidade intestinal, o ambiente fica hipertônico e com grande pressão osmótica, o que por sua vez atrai água da mucosa intestinal e dos tecidos ao redor, provocando assim os quadros de diarreia. Tal quadro recebe o nome de intolerância à lactose!

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Vídeo para explanação geral: Carboidratos e Açúcares
Conteúdo de aprofundamento: Carboidratos e correlações clínicas

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